quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

FILARMÓNICA FRAUDE

LP FONTANA, 1969
Único LP desta banda, reflecte um estado de ser português. Este disco é uma obra fundamental na música portuguesa. Teve uma uma reedição muito má em 1998.
Em 1969, a FILARMÓNICA FRAUDE editou tudo o que tinha para editar, dois EP`s, um LP e mais uns singles. Uma boa produção para uma GRANDE banda.

7 comentários:

Edward Soja disse...

Este disco é mítico.

E por ser tão inacessível corre o risco - entre os meios do prog mundial - de se tornar tão mencionado e procurado como o outro do José Cid...

Vá-se lá saber porquê?
Não. Prefiro o da Filarmónica ao do Cid. Dez mil vezes.

Fantomas disse...

:-)

bissaide disse...

É um disco extraordinário, sem qualquer sombra de dúvida. Pena que a Filarmónica Fraude tenha acabado pouco depois, em 1970. Havia planos para novos discos, mas tudo saiu gorado...

Já agora, esta é a capa da reedição na Fontana - a edição original é em gatefold triplo, na Philips. Em termos de raridade, no entanto, esta da Fontana é tão ou mais rara que a primeira.

josé disse...

Grande disco, grande banda. Continuada em 1974, com a Banda do Casaco.

Os míticos do meu olimpo pessoal: António Pinho e Nuno Rodrigues.

Ainda hoje, não lhe vejo pares.

bissaide disse...

Completamente de acordo: António Pinho e Nuno Rodrigues são dois dos nomes maiores da música portuguesa, a milhas de distância de quase toda a gente. É impossível descrever uma obra tão vasta e ecléctica como poucas, dentro do âmbito da música popular (popular como em "popular music" e não popular de tradicional, apesar de obviamente também aí a Banda do Casaco tenha deitado cartas). "Morgadinha dos Canibais" é uma das minhas canções de eleição de sempre, e os álbuns "Dos Benefícios dum Vendido no Reino dos Bonifácios" e "Contos da Barbearia" duas obras-primas absolutas. O primeiro é um retrato tão lúcido do Portugal de agora como já o fora do Portugal de 1974/75 (e como já o fora também do Portugal dos últimos anos do Estado Novo, já que a escrita do mesmo ficou praticamente terminada antes de Abril de 1974). As letras sarcásticas mas lúcidas de António Pinho aliadas à música ousada e nada óbvia de Nuno Rodrigues são algo de muito especial mesmo. É ouvir, se é que alguém ainda não conhece...

josé disse...

Todo o álbum Dos benefícios de um vendido, com as letras e as músicas, é um disco em que a crítica social, continua presente.

Tomemos por exemplo esta letra:

"Senhora dona, tem um braço novo, e há quem diga que o braço é de prata, já goza a vida, já se instalou, em casas do povo, enquanto ao dono, cresce a conta farta; já goza a vida já se instalou, enquanto ao dono, come que se farta..."

Actual. Actualíssima, porque o problema que coloca é o de sempre: a corrupção.

Edward Soja disse...

E eu acho um escândalo não haver, por parte da Universal, uma reedição decente do disco de 74...

Um 20 (vá lá, não quero pensar muito, agora) dos melhores discos de sempre da música portuguesa.

(Sim, a reedição do Epopeia tinha, pelo que ouvi, um som muito mau. Sei da circunstância, mas enfim... E eu - alguém acredita? - nunca o vi em nenhuma loja. Nunca lhe pus a vista em cima, nem usado, sem capa ou extropiado... nada! Onde anda a reedição?)